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Mulher, 20 anos, 1,56, 57 quilos
Nunca foi fácil ser do sexo feminino. Apesar de já não lutarmos pelo direito de voto, hoje a guerra é outra, contra nós próprias! Sejam os media, publicidade, famosos… todos nos fazem pensar que temos de ter aquela altura perfeita, aquele peso , aquela cor de cabelo e até mesmo aquela cor de pele. Incutiram-nos uma imagem photoshopada de nos próprias.
Todos os dias pomos maquilhagem, saltos altos e roupa por vezes desconfortável só para sermos aceites mas, a cima de tudo, para nos inserirmos nesta sociedade das shelfies… Como digo várias vezes no meu blog, sou baixinha (1,56) e orgulho me disso. Já não sou perfeita por isto, mas para alem disso não tenho mamas, tenho o nariz ligeiramente torto, nem vos falo da flacidez do meu rabo e quando chega a primavera uiii, a minha cara parece um bolo. Lindo portanto! Juntem tudo isto a uma cara de bebe. Ninguém me leva a serio em vários assuntos.
Nós mulheres se nos defendemos não passamos de umas feministas malucas com as hormonas aos saltos e se nos criticamos, é um pau de dois bicos: ou nos tornamos mais fortes ou quebramos. Constante pressão. Ser mãe, dona de casa, boa profissional e por vezes ser o homem faz tudo de casa… e ainda ter de ligar a tv, abrir uma revista e ver mulheres perfeitas que trabalham só e simplesmente para o corpo, isto enquanto comemos uma guilty pizza. Não sou muito fã mas ainda bem que existem mulheres como a Kim Kardashian, parecendo que não veio alterar muitas formas de pensar.
Mas voltando a mim, sim já senti na pele a descriminação de ser baixinha e como muitas outras adolescentes já olhei para o espelho e chorei por não ver umas pernas longas e esguias, chorei por ver estrias, chorei por ter perdido muito peito, por ter borbulhas, por ter um nariz que parece uma batata e umas orelhas que davam para fazer de pára-quedas não sou gorda mas também não sou magra, sou só esquisita.
Tudo isto para dizer apenas que somos sempre o mexilhão. Principalmente, hoje, em que todos criticam todos muito devido às redes sociais. O bulling é tão fácil! Que podemos nós fazer? Criaram monstros que se escondem por traz de ecrãs. Jovens que olham a vida como um jogo em que rapidamente podem carregar no botão reset e tudo está bem outra vez. No entanto, a vida é para aprender com os erros e não para os apagar… Estamos tão isolados que é, simplesmente, divertido ver a desgraça dos outros.
Baixas, altas, magras, gordas, brancas, pretas, ciganas… tudo isto não passam de rótulos. Todas somos especiais, todas podemos mudar o mundo e superar todos os episódios desagradáveis que apesar de tudo nos fazem crescer. O importante é olhar para esses momentos como lições.
Erguer a cabeça e sonhar mais, lutar mais , viver mais!
The Girl...
Ps: Goretti Nunes espero ter ajudado de alguma forma, beijocas e boa sorte.