Apesar da curiosidade a verdade é que tive de esperar para que passasse na tv para finalmente por os olhos em cima deste filme: “Os gatos não tem vertigens”.
Muitos podem não perceber o porque deste nome (eu já me tinha questionado sobre isso), Mas comecemos do inicio.
Este filme português de gema, se assim se pode dizer, retracta a vida problemática de um rapaz que tem uma família “fodida” (sim esta é a palavra certa) ou como ele dizer no filme, é a família dos cagões… O pai não passa de um bêbado e sabe se lá mais o que, vivem os dois num apartamento que não lembra a ninguém de tão imundo (infelizmente é a realidade de muitas pessoas nas grandes cidades e não só…) e a mãe simplesmente está se a cagar pois tem uma nova família.
Com tanto drama era de esperar que o moço tivesse um grupo de amigos vândalos. Um é filho de uma prostituta, este só pode entrar em casa quando a mãe já aviou um freguês… pois tudo acontece na cama. A rapariga, bem é uma putinha que posso mais dizer. E o outro tem a mania que é o Boss do bairro (acho que posso chamar-lhe assim).
A história desenrola-se quando estes roubam uma velhota, a Dona Rosa, que ficou viúva á pouco tempo do grande amor da sua vida, Joaquim. Vive sozinha, mas continua a manter diálogos com o falecido.
No dia em que o João (personagem principal) faz 18 anos o pai põe o fora de casa. Sozinho sem ninguém para o acolher ele lembra-se das chaves da casa da idosa com o símbolo do SLB e é no seu sótão (parte de cima ao ar livre com vista do prédio) que ele pernoita. Em vez de chamar a policia como seria normal, a senhora começou a levar-lhe comida. A partir daqui a história só melhora. Começa assim uma amizade inesperada entre uma senhora de 73 anos e um rapaz de 18, como amor à primeira vista.
Podem contar com imensos palavrões e gíria dos adolescentes em quantidade exagerada. No entanto, o que retiro deste filme é a sua mensagem, posso dizer mesmo uma lição de vida. Sim, tenho de concordar com algumas críticas no que diz respeito aos diálogos que são um pouco básicos mas mesmo assim é um bom filme. Comercial e que dá vontade de voltar a ver!
Chama a atenção para o facto de devermos passar mais tempo com os mais idosos, tempo de qualidade que muitas vezes não vemos como tal. Temos muito para aprender!
Deixo vos aqui algumas frases que para mim marcam e caracterizam o filme:
"Trata-lo como se ele fosse um gato, sabes perfeitamente que os gatos não tem vertigens”
“Vivo no inferno mas descobri que o inferno tem uma vista fantástica sobre Lisboa.”
"-Agora vais ter de me aturar para sempre.
-Já viste a minha sorte?"
“O problema hoje é haver cada vez mais putas que clientes”
“Todas as respostas estão por escrito”
“Gira lá isso(…) senão daqui a bocado o vento fuma mais que a gente”
“ Foi nessa noite que tive o mais estranho sonho que o meu cérebro alguma vez inventou até porque normalmente costumo sonhar com mamas”
PS: a música é qualquer coisa de maravilhosos.
The girl...